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18 janeiro 2010

Apresentação


À crítica plantonista

Eu quero pedir passagem

Embora pouca a bagagem

Meu passaporte é de artista

Nasci num reino encantado

Onde já diz o ditado:

“Quem nasce na freguesia,

Ou é poeta ou é louco!”

E em meio a este sufoco,

Quase que eu não nascia!


Sem palavras requintadas

E sem polir meus conceitos,

Escolho rimas, efeitos,

Orações metrificadas.

Herdando a poética louca

De língua no céu da boca

Pinto quadros de amor.

Emolduro a fantasia

Na sala da poesia

Do museu do criador.


Então quem ler meus rabiscos

Encontrará sem surpresa,

Resquícios da natureza

Perdido em meio aos riscos.

Sentimentos florescidos,

Sonhos amarelecidos,

De tudo um pouco, afinal

Pra ser poeta - sou louco

Mas pra louco eu falto pouco

Por não ser muito normal!


Então falemos de mim!

Quem sou eu? De onde venho?

Sou poeta e nada tenho

Além de viver assim.

Indo pra longe do fim

Do inicio que aceitei,

Da estrada que peguei

Que leva a algum lugar,

Eu só sei que irei chegar.

Mas onde e quando não sei!


Sei que a minha verdade

Feita em minha consciência,

Mantém toda a consistência

Da minha dignidade.

Sou escravo da saudade,

Preservador da memória,

Soldado em busca da glória

Saído de algum sertão,

Cada dois palmos de chão

Tem quatro de minha história.


Minha vida em previsões

É de rotinas ativas,

Traçando perspectivas

Vivendo superações,

Aceitando imperfeições

Do ser que em meu peito clama,

A vida tornou-se chama

Minha matéria queimando,

Vivo sorrindo e chorando

Entre a comédia e o drama.


Das lições dos tantos anos

Faço meu próprio remédio,

Para espantar meu o tédio

E curar meus desenganos.

Nauta de mil oceanos,

Não rendo-me ao pavor.

Sou fiel desbravador

Do ser em mim existente,

Sou um guerreiro valente

Bebendo taças de amor.


Sou como um cego sem guia

Rompendo limitações,

Usando as tantas lições

Das quedas do dia a dia.

Sou filho de uma Maria,

Santa mãe dos dias meus,

Sou luz para os olhos seus

E a face que a boca beija.

Embora um Jesus não seja,

Também sou filho de Deus!


O mundo é a avenida

Do sonho e da aparência,

Sou vidraça da existência

Sobre a janela da vida.

Sou dúvida que não duvida,

Do que o destino é capaz.

Corpo, que em pó se desfaz

Quando as forças se esgotam,

Carne e alma que se soltam

Quando o espírito jaz!