SONETO
Num tristonho misto de riso e de pranto
Onde a luz e a treva mudam a todo instante
Meu peito em festa num infernal encanto
Te faz como anjo, e eu demônio infante
Rendido a inconstância de um ser errante
Vítima e condenado de um romance santo
Verto o sangue em pranto e desfaleço enquanto
Assassino em mim o teu louco amante
Quando eu renascer... No meu paraíso
Irei à procura do teu lindo riso
Mesmo que isso custe irei até o fim
Sabendo que só te encontrarei no inferno
Eu irei fazer-te um juramento eterno
Porque és o inferno que existe em mim
A PARTE QUE ILUMINOU
( tema dado para glosa do poeta Louro do Pajeú)
Mas as estrofes que seguem são minhas.
Uma moça desfilava
Com outras moças na praça
Ouvindo psius e graças
Tadinha nem esperava
Mas o vento que passava
Chegou por baixo e soprou
Seu vestido levantou
Mostrando o tesouro seu
Depois baixou e escondeu
A PARTE QUE ILUMINOU
Ela – o sol da minha vida
Me fez tarde de domingo
Mas logo veio o respingo
Da chuva da despedida
O vendaval da partida
Não a trouxe mas levou
O seu olhar ofuscou
Tirando o brilho do meu
Foi assim que escureceu
A PARTE QUE ILUMINOU
Eu náufrago dos sentimentos
No mar bravio da esperança
Você chegou brisa mansa
Me aquietando os tormentos
Resgatou-me deu-me alentos
Mas soprou meu coração
O ciclone da paixão
Lançou-me onde o mar desmaia
Findei morrendo na praia
Na chuva da ilusão
SONETO
Morte , moça perversa desalmada
Prostituta das almas suicidas
Sedutora dos almas desvalidas
Transvestida em ventura aventurada
Quando vens de perigo... a tudo agrada
Quando vens desnudada , invalidas
De surpresa a quem mais intimidas
Mas não sei se tu perdes emboscada...
Tento sempre cortar caminho ao ver-te
Eu só quero um dia conhecer-te
Quando a vida trair-me com a idade
Aí sim, poderei deitar contigo!
Se pra matéria, morrer é um castigo
Para alma, é nascer pra eternidade.
SEJAM BEM VINDOS!
DEIXE SEU COMENTÁRIO.
ABRAÇOS...
ABRAÇOS...
09 novembro 2006
29 setembro 2006
TROVAS
Trovas
O amor é um oceano
Nos continentes da alma
Quando revolto - é tirano
Quando manso - nos acalma
No fundo dos olhos meus
Há uma fonte de pranto
Que jorra sempre que canto
Lembrando dos olhos teus
Teu beijo me foi negado
Antes de ser prometido
Foi bem melhor não ter dado
Do que ter dado e traído
Tua boca é droga forte
Que me deixa entorpecido
Se fosse a droga da morte
Eu já teria morrido
Bom é acordar bem cedo
Coberto pelo desejo
E ouvir mais um segredo
Contado pelo teu beijo
Nenhuma dor é tão forte
Quanto a da lágrima vertida
Depois de lançada a sorte
Na hora da despedida
Minha vida foi escrita
Em quatro linhas no chão
Duas de perspectivas
E duas de superação.
Nem todos os sonhos são
Em vida realizados
Mas o sorriso é aprova
Dos muitos executados
Partilhemos com todos nosso amor
Se preciso choremos lado a lado
Que uma dor partilhada é meia dor
Partilhar alegria é rir dobrado
Soprei a mágoa retida
Sobre os cristais da lembrança
Cobri os cacos da vida
Com lençóis de esperança
Na vida há trevas e luz
Como há flor e espinho
Pior que o peso da cruz
São as pedras do caminho
O barco da vida vai
Por rota desconhecida
E a rota do barco atrai
Todo o sentido da vida
Pela força da essência
O olhar de uma criança
Revela com inocência
Mil traços de esperança
Aos diabos com o seu sermão
Os seus rótulos e o seu pensar
É justamente por ser homem
Que tomo a liberdade de chorar.
Não se geme a dor alheia
Por isso é que ninguém sente
Por quem vai dormir sem ceia
Ou por quem perde um parente
Tristonha é a dor sentida
Sem cura por medicina
É a angustia engolindo vida
E a vida engolindo a sina
Vou virar a taça do amor medonho
Pra não ser tragado pelo mesmo vinho
Que me deu um sonho e me largou sozinho
E me fez tragado pelo mesmo sonho
A madrugada parece
Quando a lua está ausente
O tempo que arrefece
O sol da vida da gente
Este teu beijo ofertado
Neste sorriso sereno
Quase me mata engasgado
Com gotas do teu veneno
Eu quero por às avessas
Teu coração frente ao meu
Pra ver se acho vestígios
Do meu por dentro do teu
O amor é um oceano
Nos continentes da alma
Quando revolto - é tirano
Quando manso - nos acalma
No fundo dos olhos meus
Há uma fonte de pranto
Que jorra sempre que canto
Lembrando dos olhos teus
Teu beijo me foi negado
Antes de ser prometido
Foi bem melhor não ter dado
Do que ter dado e traído
Tua boca é droga forte
Que me deixa entorpecido
Se fosse a droga da morte
Eu já teria morrido
Bom é acordar bem cedo
Coberto pelo desejo
E ouvir mais um segredo
Contado pelo teu beijo
Nenhuma dor é tão forte
Quanto a da lágrima vertida
Depois de lançada a sorte
Na hora da despedida
Minha vida foi escrita
Em quatro linhas no chão
Duas de perspectivas
E duas de superação.
Nem todos os sonhos são
Em vida realizados
Mas o sorriso é aprova
Dos muitos executados
Partilhemos com todos nosso amor
Se preciso choremos lado a lado
Que uma dor partilhada é meia dor
Partilhar alegria é rir dobrado
Soprei a mágoa retida
Sobre os cristais da lembrança
Cobri os cacos da vida
Com lençóis de esperança
Na vida há trevas e luz
Como há flor e espinho
Pior que o peso da cruz
São as pedras do caminho
O barco da vida vai
Por rota desconhecida
E a rota do barco atrai
Todo o sentido da vida
Pela força da essência
O olhar de uma criança
Revela com inocência
Mil traços de esperança
Aos diabos com o seu sermão
Os seus rótulos e o seu pensar
É justamente por ser homem
Que tomo a liberdade de chorar.
Não se geme a dor alheia
Por isso é que ninguém sente
Por quem vai dormir sem ceia
Ou por quem perde um parente
Tristonha é a dor sentida
Sem cura por medicina
É a angustia engolindo vida
E a vida engolindo a sina
Vou virar a taça do amor medonho
Pra não ser tragado pelo mesmo vinho
Que me deu um sonho e me largou sozinho
E me fez tragado pelo mesmo sonho
A madrugada parece
Quando a lua está ausente
O tempo que arrefece
O sol da vida da gente
Este teu beijo ofertado
Neste sorriso sereno
Quase me mata engasgado
Com gotas do teu veneno
Eu quero por às avessas
Teu coração frente ao meu
Pra ver se acho vestígios
Do meu por dentro do teu
Carne e Unha
Carne e Unha
Conhecemo-nos na praça
Fizemos a mesma jura
Temos a mesma loucura
Brindamos com a mesma taça
Um do outro achando graça
Um disse: - Quer?, o outro: - Sim.
Foi bom pra ela e pra mim
Tornamo-nos carne e unha
E Deus se fez testemunha
De nossa história sem fim
Durmo sempre ao lado dela
Ela dorme do meu lado
Quando meu sono é pesado
Sou vigiado por ela
Se enquanto meu sono vela
Surpreendida ela for
Dormirá sem cobertor
Por cima do corpo meu
E eu por baixo do seu
Sonhando com nosso amor
Acordamos bem juntinhos
Com nossos rostos colados
Os braços entrelaçados
E os nossos corpos quentinhos
Beijos, abraços, carinhos
Minha mão na sua mão
Promessas em oração
Um é pedra o outro é lodo
Somos metades de um todo
Partes de um só coração
Quando um se faz ausente
A saudade irradia
Pensamos em sintonia
Pra pormo-nos frente a frente
E como ímã potente
O destino faz a linha
A distância se definha
Vamos parar na capela
Eu prometendo ser dela
Ela jurando ser minha
Vivemos tão envolvidos
Tão grande é nossa amizade
Que é dupla a felicidade
E os sonhos são divididos
Estamos tão parecidos
Em gestos e pensamentos
Dividindo sofrimentos
Partilhando alegrias
Fazendo dos tristes dias
Muitos alegres momentos
Que dure eternamente
Toda a nossa meninice
Sem nenhum disse me disse
Nenhum ato inconsciente
Fortaleçamos somente
Num esforço em desmedida
Juntos em nossa guarida
Envelheçamos na glória
Escrevendo a nossa história
No livro histórico da vida.
15 setembro 2006
SERTANEJO
Sou eu, mais um sertanejo
De corpo, alma e coragem
Nasci com o signo da seca
Na cama da estiagem
Esse misto de alegria
Pudor e melancolia
No brilho do meu olhar
Condiz com a realidade
De um matuto na cidade
Tentando poetizar
Bebi das águas salobras
Das cacimbas do sertão
Onde a cabocla se banha
E o cheiro fica no chão
E a tardinha sem receios
Aquece com os lindos seios
A moldura da janela
E, sobre o palco da rua
Fica bem mais bela a lua
Depois que avista ela
Onde o rio enfrenta as curvas
Quando bota uma enchente
Enroscado em um lajedo
Igual a uma serpente
Onde a nuvem sobre a serra
Chora com pena da terra
Que com fartura responde
E a fome foge pro além
E por algum tempo ninguém
Descobre onde ela se esconde
Cresci correndo na mata
Roubando a sua essência
E num cavalo de pau
Galopou minha inocência
Minha infância sem defeito
Fez um baú do meu peito
Guardando os segredos meus
Onde eu, museu de lembranças
Quebrei juras e alianças
Promessas que fiz a Deus
Sou qual faca de ferreiro
De matuto cortar palma
Enchendo o bucho das reses
E de espinhos minh’alma
Sou a força da garganta
Do violeiro que canta
Lindas canções de amor
A bem da humanidade
Mas ninguém sabe a metade
Do que ele sente de dor
Trago a força e o sacrifício
Da fé de um penitente
E os calos, que o destino
Coloca nas mãos da gente
Trago o vigor da criança
E a folha da esperança
Verde, um tanto emurchecida
Trago uma carga de escombros
E os anos, ferindo os ombros
Pelas escarpas da vida
Carrego a ardente sina
De um roceiro frustrado,
Que planta toda a riqueza
E a perde em um só roçado.
Ou de um velhinho cansado
Pelo destino escorado
Fazendo as curvas da idade,
Que uma nuvem sombreada
Tira da vista embaçada
Gotas de sangue e saudade
A aurora dos meus dias
Em mim inda permanece
Eu avistando o crepúsculo
Como quem faz a ultima prece
Meu corpo abrindo falência
No teatro da existência
Na cena que leva ao fim
Quando as luzes se apagarem
E as cortinas se fecharem
Quem se lembrará de mim ?
Do livro "ALMA SERTANEJA"
De corpo, alma e coragem
Nasci com o signo da seca
Na cama da estiagem
Esse misto de alegria
Pudor e melancolia
No brilho do meu olhar
Condiz com a realidade
De um matuto na cidade
Tentando poetizar
Bebi das águas salobras
Das cacimbas do sertão
Onde a cabocla se banha
E o cheiro fica no chão
E a tardinha sem receios
Aquece com os lindos seios
A moldura da janela
E, sobre o palco da rua
Fica bem mais bela a lua
Depois que avista ela
Onde o rio enfrenta as curvas
Quando bota uma enchente
Enroscado em um lajedo
Igual a uma serpente
Onde a nuvem sobre a serra
Chora com pena da terra
Que com fartura responde
E a fome foge pro além
E por algum tempo ninguém
Descobre onde ela se esconde
Cresci correndo na mata
Roubando a sua essência
E num cavalo de pau
Galopou minha inocência
Minha infância sem defeito
Fez um baú do meu peito
Guardando os segredos meus
Onde eu, museu de lembranças
Quebrei juras e alianças
Promessas que fiz a Deus
Sou qual faca de ferreiro
De matuto cortar palma
Enchendo o bucho das reses
E de espinhos minh’alma
Sou a força da garganta
Do violeiro que canta
Lindas canções de amor
A bem da humanidade
Mas ninguém sabe a metade
Do que ele sente de dor
Trago a força e o sacrifício
Da fé de um penitente
E os calos, que o destino
Coloca nas mãos da gente
Trago o vigor da criança
E a folha da esperança
Verde, um tanto emurchecida
Trago uma carga de escombros
E os anos, ferindo os ombros
Pelas escarpas da vida
Carrego a ardente sina
De um roceiro frustrado,
Que planta toda a riqueza
E a perde em um só roçado.
Ou de um velhinho cansado
Pelo destino escorado
Fazendo as curvas da idade,
Que uma nuvem sombreada
Tira da vista embaçada
Gotas de sangue e saudade
A aurora dos meus dias
Em mim inda permanece
Eu avistando o crepúsculo
Como quem faz a ultima prece
Meu corpo abrindo falência
No teatro da existência
Na cena que leva ao fim
Quando as luzes se apagarem
E as cortinas se fecharem
Quem se lembrará de mim ?
Do livro "ALMA SERTANEJA"
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