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31 maio 2008


Tuparetama
(Poema do livro Flores da Noite – Lima Júnior)

Tuparetama tutora de minha infância querida,
Cenário da minha vida, palco de mil ilusões.
Cada esquina uma lembrança, cada passo uma esperança,
Coisas que o tempo na cansa, Musa das minhas canções!

Fui moleque genioso brincando nos teus quintais,
Fiz florir meus ideais, seguindo caminho à fora.
Perdi minha mocidade, minhas forças na metade,
Restou-me só a saudade, do que já fomos outrora.

Às margens do Pajeú, Tuparetama descansa,
Lembro-me, quando criança neste rio me banhei.
O verão chega sem jeito, leva as águas mostra o leito,
Mas, quando chover direito, outros banhos tomarei.

O tempo passou varrendo,Tupã, meus gestos e amores,
Deixando-me aos dissabores da saudade que me traz.
Perdido pelos teus bares, decantando teus luares,
Sentindo triste pesares, do que não volta jamais.

Tupã, as coisas estão mudando assim lentamente,
Eu - piorando somente, tu – somente a melhorar,
Quero ter incinerados, meus resto mortais, jogados
Em ti, por todos os lados, pra nunca te abandonar!

28 maio 2008

Você

Eu tatuei o seu rosto
Na superfície da lua
Pra ter a sua lembrança
Refletida em plena rua
E em todo lugar que eu olhe
Enxergue a imagem sua

Minha consciência nua
Veste-se de mil apelos
Pra que meus sonhos tão belos
Não tornem-se pesadelos
E eu possa envolver meu corpo
No manto dos teus cabelos

Não quero perder os selos
Que você por garantia
Colocou na minha boca
Quando beijava e sorria
Pra que eu não beijasse outra
Boca que me pertencia

Seu olhar tem energia
De hipnose tão forte
Que faz com que os meus olhos
Para distante transporte
A cegueira que me expõe
No picadeiro da morte

Nada acontece por sorte
Em acaso não acredito
O amor faz e acontece
Pelo destino è descrito
Nos alfarrábios da vida
Nas paginas do infinito

O amor gera conflito
No ego de qualquer ser
Quem ama sente-se inseguro
Quem não ama não quer crer
Que quem ama doa a vida
E o coração sem saber

Você me faz compreender
Que sem você nada sou
Nos somos soma exata
Das partes que Deus juntou
Não da pra subtrair
O que o amor multiplicou

Você é deusa do show
Eu sou só um dos mortais
Que se alimenta do brilho
Que seu sorriso me traz
Da passarela do encanto
Dos palcos celestiais

Meus sentimentos leais
Puderam-me transformar
Num instrumento de fé
A um milagre buscar
Porque você não é santa
Mas me conduz ao altar


20 maio 2008

O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Meu pecado maior foi ter-te feito
Soberana das minhas alegrias
Nas noitadas de sonhos e orgias
Pratiquei o meu crime no teu leito
Ingerindo o fel do preconceito
Fui à corte infernal das desventuras
Como um réu condenado a mil torturas
Sem promessas de ser absolvido
O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Solidão desprezível, agoureira
Companheira fiel dos condenados
És a sombra dos fracos desprezados
Um fantasma rondando a cumeeira
Me perdi no percurso da ladeira
Do amor que abala as estruturas
E no campo minado das loucuras
Suicida me faço entorpecido
O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Quando a noite desaba sobre o dia
Eu me deito na relva indefeso
O lençol que me cobre é o desprezo
E o pão que mastigo é a agonia
Não me resta um vestígio de alegria
Mas me sobra a essência das agruras
E a seiva cruel das aventuras
Me remete ao chão desfalecido
O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Nosso amor foi derrotado

Nosso amor foi derrotado
Quem venceu foi o destino

No campo da traição
Fomos nós desafiados
Pusemo-nos confrontados
Jogando com o coração
Mas, foi na prorrogação
Que meu instinto felino
Mudou o placar divino
Na súmula do pecado
Nosso amor foi derrotado
Quem venceu foi o destino

Guerra não rima com amor
Flores não são munições
Nas pátrias dos corações
Há mais de um ditador
Você sentindo o terror;
Vítima de um desatino
Fez um disparo cretino
Com um adeus deflagrado
Nosso amor foi derrotado
Quem venceu foi o destino

17 maio 2008

Reencontro e Despedida


QUANDO EU NEM PENSAVA, VOCÊ ME ENCONTROU
DENTRO DO AMIGO QUE JÁ ERA SEU!
E EU, TE ENCONTREI NO LUGAR QUE EU
JÁ ME ENCONTRAVA, E VOCÊ NÃO NEGOU!

NADA POR ACASO! TUDO ACONTECEU
COMO QUE ESCRITO FÔRA O QUE PASSOU!
FOI UM RIO ENCHENDO QUE SE DERRAMOU
NO SECO OCEANO DESTE PEITO MEU.

COMO UM OÁSIS NO SERTÃO BRAVIO,
NOSSO AMOR DE INSTANTES BEBEU TODO RIO,
NOSSAS BOCAS SECAS CLAMAM - SÓ DESEJOS!

E PRA NÃO MORRERMOS NO DESERTO À DIANTE,
FOSTE O MEU VINHO – E EU TEU ESPUMANTE
SACIANDO A VIDA EM UM MAR DE BEIJOS.

TUDO VALE À PENA!... FALOU O POETA!
EU NÃO SINTO PENA, POR NÃO TER DURADO!...
SE VIVEMOS TUDO INTENSIFICADO,
FOI PÁGINA PEQUENA, MAS, PÁGINA COMPLETA!

SABE DEUS, SE O TEMPO JÁ TRAÇOU A META!
SABE O TEMPO, A CAUSA DO QUE FOI TRAMADO...
SABES TU, O QUANTO VALE ESTE “PASSADO”
SEI EU, QUANTO VALES, E ISSO NÃO ME AFETA!

FOI BOM E VALEU, PELO QUE DUROU!
EU REVIVERIA TUDO O QUE PASSOU
MAS, O RIO PASSA, E A VIDA CONTINUA.


DEIXEMOS QUE O TEMPO, QUE NOS ENVOLVEU
ESCOLHA OS CAMINHOS PRA VOCÊ E EU
QUEM SABE, UNINDO MINHA ESTRADA A SUA!

16 maio 2008


Amizade

Nada tenho em mãos pra te ofertar
Além de pequeninos gestos meus
E simples palavras que ao balbuciar
Acabo moldando os belos sonhos teus

Nada tenho, senão esta loucura
Que nem sempre é constante ao meu penar
Mas que põe nos meus lábios a doçura
E que dá-me prazer de decantar

Ofereço-te então sinceridade
Meu carinho, meu colo, liberdade
E até meu silêncio se quiseres

E te digo com muita lealdade
Se acaso não tenho o que tu queres
Só resta ofertar-te a amizade

15 maio 2008

REATIVANDO MEU BLOG


Sentença

Se existe um destino eu sou refém
Deste tal que me é desconhecido
Entre tantos eu fui o escolhido
Pra seguir esta rota que me tem
Como um passageiro de um trem
Viajando sem rumo e sem roteiro
Muitas vezes faltando um companheiro
Muitas outras ganhando uma acolhida
Desvendando os mistérios de uma vida
Sem espada, sem luz, sem paradeiro.

O caminho, o vento é que me traça
Se um mal me invade eu perco a calma
Se não caibo de males em minh’alma
O sentido da vida me abraça
O viver para mim é uma graça
Que eu tento com todos partilhar
Que a vida é o amor a transbordar
De uma taça que Deus pôs para a gente
Sábia forma com que o Onipotente
Nos mostrou o seu jeito de amar

Desaprovo o vilão do preconceito
Fruto vivo da pura hostilidade
Me contento com a liberdade
Inda mais com quem busca este direito
Se abrissem de nós cada um peito
Iam ver que nós somos tão iguais
Que somente as divisas sociais
Não promovem ninguém junto ao Altíssimo
Que é frágil, é frágil, fragilíssimo
Este mundo irreal que o homem faz

Me coloco irado e contraposto
Se me bate de impulso uma descrença
Como se isso fosse uma sentença
Vejo a fé desertada do meu rosto
Mais parece a cobrança de um imposto
Um pedágio que o tempo propicia
Quando menos espero a fé envia
Um conforto naquilo e eu compreendo
E no espelho da vida fico vendo
No reflexo da alma a alegria

Fazem parte da minha triste vida
Os costumes herdados da infância
Muitas vezes negando a concordância
Outras vezes perdendo a investida
Procurando uma porta de saída
Nos momentos que devo ponderar
Quando eu tento porém improvisar
Falam alto o respeito e a humildade
Aprovando a lição da faculdade
Dos costumes brejeiros do lugar

Os modelos de vida que eu traço
Quase sempre se perdem nos rabiscos
E nos traços medonhos destes riscos
Vou tentando fugir do embaraço
Modelando no meu sucesso escasso
Minha vida absorve uma razão
E a chama fugaz da emoção
No rascunho cultiva os tais sentidos
E uma voz vai soprando aos meus ouvidos:
- Deus nos fala através do coração


Toque meu coração, toque
A sinfonia da verve...
Enquanto em meu peito ferve
Essa loucura em desfoque;
Deixe que a noite provoque
A alma e sua magia,
Pra que ao raiar do dia
Eu possa acordar sorrindo
Sentindo o peito sentindo
Um toque de poesia.

Eu incrustado em teu seio
Tu me vestindo os desejos
Eu te comendo de beijos
Tu me bebendo de anseio
Ao nosso lado o receio
Onde o pecado jazia
Mas, só nós no mundo havia
Longe do céu e do inferno
Senti no orgasmo eterno
Um toque de poesia.