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25 novembro 2009

A morada de Deus é tão distante

Que é preciso morrer pra chegar nela


O relógio da vida marca a hora

Reservada pra ultima viagem

Sem comprar um bilhete de passagem

Nem saber o momento de ir embora

Perde a vista quem vai,quem fica chora

Quando a terra nos abre uma janela

O espírito se solta o corpo gela

E o caixão é o transporte mais possante

A morada de Deus é tão distante

Que é preciso morrer pra chegar nela


A matéria cansada não atende

Aos comandos da mente que se cansa

A pressão sobe e desce igual balança

Quando encurta a passada e o corpo pende

Sem a força vital não compreende

Vendo um anjo fazendo sentinela

Vem um sopro da morte apaga a vela

E a Deus manda mais um ser errante

A morada de Deus é tão distante

Que é preciso morrer pra chegar nela


Desencarna o espírito buscando

O trajeto do chão ao mundo oculto

Quem olhar não enxerga nem o vulto

Nem pra onde o espírito vai trilhando

Na alfândega do céu, alma chegando

Não se sabe o destino dado a ela

Se a face de Deus já se revela

Ou se não é visível seu semblante

A morada de Deus é tão distante

Que é preciso morrer pra chegar nela

29 outubro 2009

No mote de Severina Branca (poetisa) eu escrevi:



Fui moeda de troca por cachaças,

Que amargas, retinham minhas dores.

Fui vassala de servos e senhores,

Corrompida em becos e em praças.

Entre tapas, desdéns e ameaças,

Conheci nos porões das aventuras

Os carrascos das minhas desventuras

Num amor que nascia já perdido

O silêncio da noite é que tem sido

Testemunha das minhas amarguras



Solidão foi a minha companhia.

Do que fiz, do que fui não há saudade!

Que me vale lembrar, se a mocidade

Nem deu conta de mim como devia?

O desprezo é meu pão de cada dia,

Minhas páginas de vida tão escuras,

Que relendo, eu reporto as amarguras

De ilusões, de querer e não ter sido.

O silêncio da noite é que tem sido

Testemunha das minhas amarguras

29 setembro 2009

Estrofes de Saudade


Quando parte a amada, o homem vê

A saudade deitada em sua cama.

Os seus olhos se vestem da tristeza,

Que no peito abre a fenda e se inflama.

Escorrega do olho, o amor já morto,

Que ensangüenta boca de quem ama.


*****


Saudade ave invisível

Que causa dor e revolta.

Quando está presa, estou solto.

Quando me prende se solta.

Quando chegas - ela parte!

Quando partes – ela volta!


******


A saudade que eu sinto

Nenhum remédio resolve,

Vivo um mês, vegeto dois,

E morto eu passo nove,

Porque saudade é tão dura

Que nem o tempo a dissolve!


*****


A saudade é a soma da lembrança

Com a dor da ausência de um alguém,

Ou de algo passado, que mantém

Qualquer um igualmente uma criança.

É a linha que traça a esperança,

Ou um traço na linha da ilusão.

Habitante de todo coração,

É um mal e um bem pra humanidade.

Não existe quem viva sem saudade,

Nem saudade que dure sem razão!


A saudade é igual às digitais,

Não há uma pra dois, nem dois pra uma,

Cada um tem a sua, e de alguma

Forma pode cedê-la a ninguém mais.

Se tornar-se doença, ninguém faz

Um remédio que cure a sua dor,

Se tornar-se um remédio, traz a cor

Da lembrança do tempo que nasceu.

Quem não sente saudade já morreu!

Quem não sente saudade é sem amor!

01 setembro 2009

Mestre Vitalino


Grande mestre Vitalino

Que do barro fez história,

Retratou o nordestino

Em seu sofrimento e glória!

Moldou formas singulares,

Expressões peculiares

Não deu vida como Deus...

Mas o dom, Deus lhe ofertou

E outro mundo que ele criou

Dentro dos domínios seus.


Foi do barro que nasceu

Seu acervo de imagens.

Sem saber ler, escreveu

Com amor suas mensagens.

Tornou-se assim um artista,

Sendo o maior ceramista

Deste solo brasileiro.

Homem simples, campesino

Que formatou seu destino

Visto pelo mundo inteiro.


Vitalino o baluarte,

Da honrosa profissão.

De seguidores da arte,

Deixou uma legião.

Em Caruaru nascido,

E em vida reconhecido

Como artista popular.

Embora no barro escrita,

Sua história bonita

Nada consegue apagar.