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29 setembro 2006

TROVAS

Trovas

O amor é um oceano
Nos continentes da alma
Quando revolto - é tirano
Quando manso - nos acalma
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No fundo dos olhos meus
Há uma fonte de pranto
Que jorra sempre que canto
Lembrando dos olhos teus
™˜
Teu beijo me foi negado
Antes de ser prometido
Foi bem melhor não ter dado
Do que ter dado e traído

™˜
Tua boca é droga forte
Que me deixa entorpecido
Se fosse a droga da morte
Eu já teria morrido
™˜
Bom é acordar bem cedo
Coberto pelo desejo
E ouvir mais um segredo
Contado pelo teu beijo
™˜
Nenhuma dor é tão forte
Quanto a da lágrima vertida
Depois de lançada a sorte
Na hora da despedida
™˜
Minha vida foi escrita
Em quatro linhas no chão
Duas de perspectivas
E duas de superação.
™˜

Nem todos os sonhos são
Em vida realizados
Mas o sorriso é aprova
Dos muitos executados
™˜
Partilhemos com todos nosso amor
Se preciso choremos lado a lado
Que uma dor partilhada é meia dor
Partilhar alegria é rir dobrado
™˜
Soprei a mágoa retida
Sobre os cristais da lembrança
Cobri os cacos da vida
Com lençóis de esperança
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Na vida há trevas e luz
Como há flor e espinho
Pior que o peso da cruz
São as pedras do caminho
™˜
O barco da vida vai
Por rota desconhecida
E a rota do barco atrai
Todo o sentido da vida
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Pela força da essência
O olhar de uma criança
Revela com inocência
Mil traços de esperança
™˜
Aos diabos com o seu sermão
Os seus rótulos e o seu pensar
É justamente por ser homem
Que tomo a liberdade de chorar.
™˜
Não se geme a dor alheia
Por isso é que ninguém sente
Por quem vai dormir sem ceia
Ou por quem perde um parente
™˜
Tristonha é a dor sentida
Sem cura por medicina
É a angustia engolindo vida
E a vida engolindo a sina
™˜
Vou virar a taça do amor medonho
Pra não ser tragado pelo mesmo vinho
Que me deu um sonho e me largou sozinho
E me fez tragado pelo mesmo sonho
™˜
A madrugada parece
Quando a lua está ausente
O tempo que arrefece
O sol da vida da gente
™˜
Este teu beijo ofertado
Neste sorriso sereno
Quase me mata engasgado
Com gotas do teu veneno
™˜
Eu quero por às avessas
Teu coração frente ao meu
Pra ver se acho vestígios
Do meu por dentro do teu
™˜

Carne e Unha



Carne e Unha

Conhecemo-nos na praça
Fizemos a mesma jura
Temos a mesma loucura
Brindamos com a mesma taça
Um do outro achando graça
Um disse: - Quer?, o outro: - Sim.
Foi bom pra ela e pra mim
Tornamo-nos carne e unha
E Deus se fez testemunha
De nossa história sem fim

Durmo sempre ao lado dela
Ela dorme do meu lado
Quando meu sono é pesado
Sou vigiado por ela
Se enquanto meu sono vela
Surpreendida ela for
Dormirá sem cobertor
Por cima do corpo meu
E eu por baixo do seu
Sonhando com nosso amor

Acordamos bem juntinhos
Com nossos rostos colados
Os braços entrelaçados
E os nossos corpos quentinhos
Beijos, abraços, carinhos
Minha mão na sua mão
Promessas em oração
Um é pedra o outro é lodo
Somos metades de um todo
Partes de um só coração

Quando um se faz ausente
A saudade irradia
Pensamos em sintonia
Pra pormo-nos frente a frente
E como ímã potente
O destino faz a linha
A distância se definha
Vamos parar na capela
Eu prometendo ser dela
Ela jurando ser minha

Vivemos tão envolvidos
Tão grande é nossa amizade
Que é dupla a felicidade
E os sonhos são divididos
Estamos tão parecidos
Em gestos e pensamentos
Dividindo sofrimentos
Partilhando alegrias
Fazendo dos tristes dias
Muitos alegres momentos

Que dure eternamente
Toda a nossa meninice
Sem nenhum disse me disse
Nenhum ato inconsciente
Fortaleçamos somente
Num esforço em desmedida
Juntos em nossa guarida
Envelheçamos na glória
Escrevendo a nossa história
No livro histórico da vida.