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26 fevereiro 2011

Mais um poema


Sou como o vento da noite
Pelas esquinas da vida,
Na curva de um açoite
Que ao pensamento intimida.
Sou como a voz da saudade,
Quando a lembrança invade
Minha lucidez, e afeta
Meu coração enfadado.
Por este fardo pesado
De ter nascido Poeta!

Sou qual cigarra dos vales
Que solitária decanta.
Um canta atraindo os males,
Outro aos males espanta.
Colibri equilibrista
Sou, sem cantar, sem conquista
Quando o dia chega ao fim.
Que os sopapos da razão
Nas cordas do coração,
Quase o arrancam de mim.

Sou como o sol que aquece,
Que dá vida e que dá morte.
Sou como a fé de uma prece
De quem joga a própria sorte.
Sou andarilho sem tino,
Sou condutor do destino,
Feito pra mim sem medida.
Dos sonhos, sou gondoleiro,
Sem encontrar paradeiro
Nem porto pra minha vida.



Meu corpo é o holograma,
Do ser que o habita e toma...
Minha mente é como chama,
Queimando o mau, que me doma.
Minha vida eu mesmo faço,
Montando cada pedaço
Que o dia me oferece.
Não sei se em tudo há sentido,
Mas sei que o que é vivido
Nem sempre é o que se merece.

Sou menestrel sem vaidade,
Sou terapeuta do ego.
Sensível tato do cego,
Suspiro de liberdade.
Gangorra de sentimentos,
Voz que viaja nos ventos,
Sem endereço e sem cor.
Sou o espaço a separar
O olho e o olhar,
De quem enxerga o amor.

Sou violento oceano,
Nos continentes da alma.
Sou filho do soberano,
Mas esqueço, e perco a calma.
Sou guardião do teu riso,
Me alimento e preciso
Demais da tua alegria.
És dona dos sonhos meus.
Sou mortal, rogando a Deus,
Teu amor, em POESIA!