SEJAM BEM VINDOS!

DEIXE SEU COMENTÁRIO.
ABRAÇOS...

26 março 2010

Apresentação

À crítica plantonista
Eu quero pedir passagem
Embora pouca a bagagem
Meu passaporte é de artista
Nasci num reino encantado
Onde já diz o ditado:
“Quem nasce na freguesia,
Ou é poeta ou é louco!”
E em meio a este sufoco,
Quase que eu não nascia!

Sem palavras requintadas
E sem polir meus conceitos,
Escolho rimas, efeitos,
Orações metrificadas.
Herdando a poética louca,
De língua no céu da boca
Pinto quadros de amor.
Emolduro a fantasia
Na sala da poesia
Do museu do criador.

Então quem ler meus rabiscos
Encontrará sem surpresa,
Resquícios da natureza
Perdido em meio aos riscos.
Sentimentos florescidos,
Sonhos amarelecidos,
De tudo um pouco, afinal
Pra ser poeta - sou louco
Mas pra louco eu falto pouco
Por não ser muito normal!

Então falemos de mim!
Quem sou eu? De onde venho?
Sou poeta e nada tenho
Além de viver assim.
Indo pra longe do fim
Do inicio que aceitei,D
a estrada que peguei
Que leva a algum lugar,
Eu só sei que irei chegar.
Mas onde e quando não sei!

Sei que a minha verdade
Feita em minha consciência,
Mantém toda a consistência
Da minha dignidade.
Sou escravo da saudade,
Preservador da memória,
Soldado em busca da glória
Saído de algum sertão,
Cada dois palmos de chão
Tem quatro de minha história.

Minha vida em previsões
É de rotinas ativas,
Traçando perspectivas
Vivendo superações,
Aceitando imperfeições
Do ser que em meu peito clama,
A vida tornou-se chama
Minha matéria queimando,
Vivo sorrindo e chorando
Entre a comédia e o drama.

Das lições dos tantos anos
Faço meu próprio remédio,
Para espantar meu o tédio
E curar meus desenganos.
Nauta de mil oceanos,
Não rendo-me ao pavor.
Sou fiel desbravador
Do ser em mim existente,
Sou um guerreiro valente
Bebendo taças de amor.

Sou como um cego sem guia
Rompendo limitações,
Usando as tantas lições
Das quedas do dia a dia.
Sou filho de uma Maria,
Santa mãe dos dias meus,
Sou luz para os olhos seus
E a face que a boca beija.
Embora um Jesus não seja,
Também sou filho de Deus!

O mundo é a avenida
Do sonho e da aparência,
Sou vidraça da existência
Sobre a janela da vida.
Sou dúvida que não duvida,
Do que o destino é capaz.
Corpo, que em pó se desfaz
Quando as forças se esgotam,
Carne e alma que se soltam
Quando o espírito jaz!

Lima Júnior