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29 agosto 2008

Seu Aniversário no Nosso aniversário

Hoje é dia de festa, e não calculo
A alegria que sinto ao te abraçar
O meu peito no teu, dois corações
Um batendo pro outro sem parar
Chego até confundir qual é o meu
Pra saber precisamos nos soltar

Teu formato de boca pequenina
Ta na minha pra sempre desenhada
Outra boca na minha não se encaixa
Minha alma pra tua foi moldada
Meu sorriso é reflexo do teu
Sem o teu, meu sorriso vale nada

Dos teus gestos, os meus, pouco distintos
As palavras, sem plágios, parecidas
Dois olhares mirando o mesmo sol
Duas mãos apertadas, bem unidas
Duas vidas em uma, condensadas
Um só sonho, unindo duas vidas

Mil segredos, por dois, pra nós somente
Já me vives, te vivo, e nós vivemos
Confundindo os nossos pensamentos
Repetindo o que antes já dissemos
E o que não enxergam em nós dois
Só nós dois que sabemos sempre vemos

Some as horas vividas lado a lado
Entre nós, sem o medo do depois
Some os risos e prantos divididos
Para ver se houve lucro pra nós dois
Feito isso, somente resta agora
Nosso brinde de almas vida a fora
Sem saber o limite para o fim
Pelo jeito que vejo, o jeito nosso
Eu viver sem você não sei se posso
Que você é a vida que há em mim

18 agosto 2008

Nascido num pé de serra
Qual facheiro em pedregulho,
Venho cantar minha terra,
Explicitar meu orgulho!
Pajeuzeiro da gema,
Da terra onde a seriema
Canta saudosa à tardinha,
Se alguém um dia cantou
A terra que lhe criou,
Também vou cantar a minha!

Há quem lastime da sorte
De no sertão ter nascido,
Acho que nem mesmo a morte,
Me deixa diminuído.
Sou o que sou, e isso é tudo,
Por nada ficarei mudo
Quando precisar falar,
Mas, manterei meu respeito
E te darei o direito,
Quando sua vez chegar.

Minhas origens? Não nego!
Sou matuto da mão grossa,
E onde vou eu carrego
No corpo o cheiro da roça.
Digo: Pru mode e Oxente!
Sem vergonha dessa gente
Que condena o dialeto,
Moral, conduta e bondade,
Coragem e honestidade,
Faltando em ti, eu completo.

Aprendi com a seca braba
Me alimentar de esperança,
Beber meu pranto, que acaba
Quando a fartura me alcança.
Que a força dos meus braços,
Superam a do cansaço
Por faltar direito a isso,
E que o sol só acorda,
Quando a natureza borda
O dia com seu feitiço.

Que quando o galo canta
No palco da madrugada,
O sertanejo levanta
Para mais uma jornada.
Veste a coragem e a sina,
Sela o destino e se inclina
Por cima da montaria.
Tange a sorte e açoita a vida
Por rota desconhecida,
Nas curvas de mais um dia.

O suor banhando o rosto
É o creme que eu uso,
Pra esconder o desgosto
Do que me deixa confuso,
Curando os males da alma,
Abro a mão mostrando a palma
Sem medo de palmatória.
Porque na escola do mundo
Não se formou, vai pro fundo
Do fosso que cerca a glória.

A fé, é o meu escudo,
Minha arma, a confiança.
Meu coração mesmo mudo,
Brada a perseverança.
Meus olhos, são lamparinas
Nas tristes noites ferinas,
Pondo nas trevas... Um fim!
Abrindo um baú de sonhos,
Nos calabouços medonhos
Que existem dentro de mim.

Então eis-me, aqui! Simples Poeta!
Que despiu-se do medo e das agruras,
Completando o poema que completa
Minha saga de loucas aventuras.
Numa casa de barro e pau-a-pique
Eu nasci, sendo assim eu não sou chique
Sou um servo somente, um servo seu.
Condenado a cantar dores e amores,
E sofrer infortúnios destas dores
Porque nada emudece o peito meu.

12 agosto 2008

A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela



O relógio da vida marca a hora
Reservada pra ultima viagem
Sem comprar um bilhete de passagem
Nem saber o momento de ir embora
Perde a vista quem vai, quem fica chora
Quando a terra nos abre uma janela
O espírito se solta o corpo gela
E o caixão é o transporte mais possante
A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela

A matéria cansada não atende
Aos comandos da mente que se cansa
A pressão sobe e desce igual balança
Quando encurta a passada e o corpo pende
Sem a força vital não compreende
Vendo um anjo fazendo sentinela
Vem um sopro da morte apaga a vela
E a Deus manda mais um ser errante
A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela

Desencarna o espírito buscando
O trajeto do chão ao mundo oculto
Quem olhar não enxerga nem o vulto
Nem pra onde o espírito vai trilhando
Na alfândega do céu, alma chegando
Não se sabe o destino dado a ela
Se a face de Deus já se revela
Ou se não é visível seu semblante
A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela